terça-feira, 20 de maio de 2008

AVENTAL

AVENTAL
Oswaldo Antônio Begiato

se do avental
em vez de trigo
avencas às pencas
caem das palhas
do espantalho
(uma espécie
de Isabel santa)
a poesia nasce
espontânea
e premonitória
porque a quem é dado
operar milagres
não suporta castigos

nem se pode imaginar
o quanto a alma
se mantém elevada e distante
de outras almas
quando o corpo
é deformado
é mutilado

e nem se pode imaginar
o quanto o corpo
se mantém receoso e distante
dos outros corpos
quando a alma
é perfurada
é vilipendiada

não pense, pois,
que ele derrama poesias
pensando em ti

tens o corpo perfeito
como uma avenca
sem palhas
sem castigos
e a alma pequena
como um avental
sem remendos
sem milagres

ele está óleo
tu estás água

3 comentários:

Anônimo disse...

Calou a minha alma, Poeta.
Beijo meu.

ana wagner disse...

Aventais as vezes podem ser belíssimos...
Beijo poeta!

JO ANDRADE disse...

AMEI SEU BLOG, CHEIO DE AMOR, PAIXÃO ,SAUDADE...
BEIJOS