terça-feira, 9 de agosto de 2011

ADORMENTAR


ADORMENTAR
Oswaldo Antônio Begiato

Porque a pele é fina
e o osso fraco
qualquer batida dói
e incha e incha...

Porque a alma é leve
e a mente fraca
qualquer culpa dói
e pesa e pesa...

O corpo imenso
não cabe na cama
miúda de solteiro.
Volta e meia
ele escapa dela
durante a noite
levando junto a alma.

Não sei para onde vão.
Só sei que quando voltam
a alma vem
com um jeito diferente,
assim como quem acabou
de ser desvirginada.
Aí ficam juntos os dois,
alma e corpo,
num encontro só
me deixando abandonado.

Essa é minha tristeza sem fim
e só eu sei dela.

Viver não é tarefa fácil.

Quando eu morrer
quero pois que digam:
- Ele já foi tarde!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

À MAIS BELA AVENIDA DE MINHA CIDADE


NOVE DE JULHO
Oswaldo Antônio Begiato

Hoje eu descobri uma poesia nova.
Lindíssima ela fala de canteiros e seus botões,
Fala de luzes e suas alucinações,
Fala de estrelas e seus secretos desejos,
Fala de um córrego que acolhe o choro...

Hoje eu descobri uma poesia lindíssima
Dessas que falam de um amor só visto em cordéis.

Hoje também passei pela Nove de Julho.
Reinaugurada. Belíssima como uma moça apaixonada.

Mais bela até do que a poesia que descobri hoje.

Jundiaí, 10 de julho de 2.011.