sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
E AGORA?
E AGORA?
Oswaldo Antônio Begiato
jogam uma veste
negra
confusa
sobre os paralelepípedos
da rua
e a lua
desesperadamente
lança sobre tudo
uma luz prateada...
...em vão
já não são mais
paralelepípedos
já não são mais
histórias petrificadas
apenas uma manta
uma manta negra
asfáltica
onde
não faz morada
nem a lua
nem a rua
nem luzes
nem caminhos
e a história...
...não se revela.
sábado, 21 de janeiro de 2012
ARMADILHAS E FRONTEIRAS
ARMADILHAS E FRONTEIRAS
Oswaldo Antônio Begiato
Passei por tantas armadilhas,
Cruzei muitas fronteiras
Durante o tempo em que renascia
Nessa minha vida de errante.
Bonecos, somos todos modelados com o mesmo barro,
Pelas mesmas mãos.
De que me serviu dizer sempre a verdade?
Venci na vida?
Venci nada. Indigente envelheci.
E não é o tempo que envelhece,
É o abandono,
A falta de perdão.
(Aprendi que o dinheiro compra todos os perdões,
O resto é léria.)
E eu que sou inhenho incorrigível
Fui morrendo de tristeza e de vergonha.
Se eu soubesse que iriam espalhar pela internet
A foto descolorida de um escravo morto
Com os cabelos presos e a pele tenra
Eu teria colocado uma camisa mais bonita,
Dessas que obrigam o sol a nascer
Seis horas antes do funeral.
Talvez eu fosse festejado.
domingo, 15 de janeiro de 2012
DESMAZELO
DESMAZELO
Oswaldo Antônio Begiato
Meu doce amor, que essa vá lhe achar com saúde.
Tenho sofrido o suplício de sua ausência,
Sentido uma saudade dura e incontrolável
Rasgando as águas turvas de meu coração.
Navalha impiedosa incisa sem deixar sangrar;
Dói feito a penetração pungente da espada.
Do beijo além do cheiro formoso da aurora
Sinto falta do despertar florido e fresco
E do adormecer nos braços do entardecer.
Do corpo retenho a ardência e o forte perfume
Da ambrosia e do néctar que, distraída, trouxeste
Por conta de um descuido dos deuses do Olimpo.
Meu doce amor vem, nem que seja por desleixo,
Cuidar das dobras bobas de meus sentimentos.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
MENINA
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
MAIS ALGUNS HAICAIS
MAIS ALGUNS HAICAIS
Oswaldo Antônio Begiato
AO CAIR DA TARDE
Corre corruíra;
A tarde espera teu canto.
Vem me fazer triste.
EBRIEDADE
Conhaque divino
Flamba o coração doído
Até eu morrer de amor.
HIROKO
Para onde vais mulher?
Colher estrelas no céu
Ou nova luz parir?
LAÇOS
Na mesa a toalha.
Sobre a toalha a comida.
Amizade forte.
SERENIDADE
Nascemos brigões.
Quem tem rugas, não tem rusgas;
O tempo serena.
SIMPLICIDADE
Retalhos de manga,
Fiapos na camisa velha.
Vida de menino.
SUGESTÃO
A gota de orvalho,
O guri sem agasalho...
A foto; retalho.
VIVA
Fogos de artifício;
Ano Novo, vida velha!
Eis nossa arte e ofício.
Assinar:
Postagens (Atom)