sábado, 11 de julho de 2015

DIQUE

DIQUE
Oswaldo Antônio Begiato

Quando eu pensar em ti
E minha boca se esgotar em saudades,
(Tu sempre saberás com uma eternidade de antecedência
quando minha boca estiver se rompendo de saudades)
Venha!

Venha e venha logo, mulher!
Tu não sabes o quanto sofro nessas horas,
De mais sincera angústia,
Com tua ausência inexplicavelmente infinita,
Infinitamente inexplicável.

Há uma dor que vem de dentro de meus vulcões,
Corrói toda sanidade que trago nos olhos
E jorra boca afora como se fossem serpentes
Se misturando às minhas multiplicadas línguas,
Línguas na saudade estupidamente esculpidas.

São beijos quentes e não dados
Que o tempo acumulou nos bueiros que me habitam
E meu corpo não suportou conter dentro de si,
Brasas que são à busca do oxigênio de seu hálito.

Quando eu pensar em ti, pois,
E minha boca se esgotar em saudades,
Venha e venha logo, mulher,
Com a boca dilatada e afogada em generosidades,
Porque só tu podes hospedar
Os beijos que eu nunca quis que fossem de mais ninguém.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

CLAUSURA

CLAUSURA
Oswaldo Antônio Begiato

Mais doído do que
Amar e não ser amado
É sair da clausura interna
E descobrir conventos misteriosos.

Sair dos conventos
E descobrir catedrais despojadas.

Sair das catedrais
E matar todos os deuses céticos.

E depois voltar à clausura interna
Como homem envelhecido pelas dores
Provocadas pelo rasgar d’alma.

domingo, 5 de julho de 2015

ASSOMBRAMENTO

ASSOMBRAMENTO
Oswaldo Antônio Begiato

Quando te vejo
Encho a boca de cadeados
E os olhos de chaves,
Aprisiono-me nos encantamentos

E morro encharcado de horizontes.