sábado, 30 de abril de 2016

CARÍCIAS

CARÍCIAS
Oswaldo Antônio Begiato

Suas mãos acariciando o meu corpo
Na cama grávida de lençóis perfumados
Sacodem meu coração de um lado pra outro
Feito areia na peneira entre as mãos do pedreiro.

Arrepio meus pelos e meus polos suados
Na pele que moldo com o tesão de meu sexo
Mergulhado dentro de sua ternura escultural
Feito porco espinho frente ao perigo.

Fecho meus olhos com a força de meus desejos
Cego-me com uma cegueira repleta de paisagens
Onde minha alma percorre a sua com malícias
Feito uma viagem ao país utópico de seu corpo.

E assim corpo a corpo desnudados em permissões
Amo-te tanto a alma, como a carne, como o sangue,
No abismo suave do tempo que nos esquece
Feito eternidade que nos adota em seu segredo.

domingo, 17 de abril de 2016

ÓTICA

ÓTICA
Oswaldo Antônio Begiato

Que minhas lágrimas se despenquem,
caiam sobre a terra
e que na terra germinem
fazendo brotar palavras
e que, enquanto palavras,
se façam silêncio.

Que me levem ao mundo
e que me tragam alimentos, ilusões
e um pouco de desenganos.

Que a vida possa me ofertar
mais caminhos para meus pés
e menos fardos para meus ombros.

Mas ando achando a vida
uma senhora muito maliciosa,
chata e melindrosa.

É preciso cuidado!

Ela é negociadora de sonhos

e sonegadora de esperanças.