quinta-feira, 26 de agosto de 2010

SEGREDO DE POLICHINELO


SEGREDO DE POLICHINELO
Oswaldo Antônio Begiato

Frágil, tenho medo de que revele
O segredo que lhe deixei
Guardado dentro de nosso beijo.

Quebro-me fácil dentro de sua boca;
Meus pedaços lhe entrego, sem defesas.

No meio deles, os ruídos;
Nos ruídos, a sintonia;
Na sintonia, as semibreves,
Nas semibreves, as sílabas;
Nas sílabas, as conjunções;
Nas conjunções, minha carne;
Na carne, o beijo irreversível;
No beijo, o segredo que lhe deixei.

Frágil, tenho medo de que o revele.

3 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia,meu Amigo e meu Poeta!
Belíssimo o seu " Segredo de Polichinelo"!
Que ritmo!
Gostei muito.
Beijo.
isa.

Milene Sarquissiano disse...

Confesso:
que seguido venho aqui roubar um pouquinho da tua inspiração.
Roubo-a, mas não consigo carregá-la,e isso, dizem,é vergonhoso.
Confessei.

Quanto ao beijo, nada direi...

Lindo, Begi.

Parabéns, e perdoe a ousadia poética

Carmen Regina Dias disse...

"...Quebro-me fácil dentro de sua boca;
Meus pedaços lhe entrego, sem defesas..."


Caramba, ...quebro-me fácil dentro
desses versos.