sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

CÂNDIDO


..................................................Foto: Milene Sarquissiano

CÂNDIDO
Oswaldo Antônio Begiato

O Mestiço, moço, negro, sem camisa e belo,
veio, candidamente, me visitar no museu que construí,
com as coisas recolhidas no sótão de minhas anamneses.

Trouxe-me um cacho de lichias
maduras, docinhas e geladinhas.
Trouxe-o dentro de uma vasta cesta de vime
forrada com um pano de prato prata, bordado à mão.
Tudo interioranamente paulista.

No cartão de visita uma dedicatória e uma lição:
“Não perca seu tempo com santidades nem com sanidades;
as coisas mundanas e insanas é que são inolvidáveis.”

Trouxe-me, pois, essas réstias de esperança
só encontradas no sol e no solo de Brodowski.

4 comentários:

Anônimo disse...

Meu Amigo, meu Poeta,aproveite e guarde,quase avaramente,essas "prendas" lindas,num baú que o acompanhará na Caminhada!
Um segredo,dado a alguém que estimo e admiro,Você:
-são as coisas simples,puras que mitigam o coração.
-não deixe a esperança fugir.Assim será sempre um "menininho".
Beijo.
isa.

A Wild Garden disse...

A preciosidade das coisas que se tornam tão imantadas de energias que se convertem em luz!

Neneca Barbosa - Um ser humano em evolução! disse...

Ah, poeta como você me encanta com seus versos. Lições preciosas!
E são nas pequenas coisas que se encontra o amor.
Um abraço amigo!
Neneca.

Milene Sarquissiano disse...

Portinari ganhou pra sua obra, uma obra à altura.

Só tu consegues isso,vamos ver agora se prestas atenção no cartão de visitas do Mestiço,não é??

Lindo demais, coisa de artista mesmo.

parabéns!!

bjoss