sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O SAL DA TERRA E DO MAR



O SAL DA TERRA E DO MAR
Oswaldo Antônio Begiato

Eis-me aqui, abobado, a teus pés
experimentando tuas umidades
e teus âmagos.

Deito-me imóvel na tua área focal
esperando ouvir os acordes
de tuas nascentes.

Quero encontrar minhas asas
e minhas guelras
e provar o ar livre
e o vôo rasante

Fundiram-me com barro
parco e seco vindo de uma terra
sem sal.

Sem funduras fiquei árido de ti;
sem tua água, sem teus abismos,
sem tuas lagunas, sem tuas lacunas.

Teus sais
matam-me a insipidez;
teus demônios
matam-me o medo.

Deixe-me, pois, ficar
assim diante de ti,
silente e inerte,
sorvendo-te sem angústias
até eu poder voar
para o outro lado de ti
e provar o teu inferno temperado.

Mais nada desejo.

4 comentários:

Anônimo disse...

E não é necessário nada mais para
"atingir" a perfeição sonhada!
Para si,meu Amigo POETA,deixo o meu
Beijo.
isa.

Anônimo disse...

Desculpe: a imagem que escolheu fala!
Tem VIDA! A Vida ansiada!
Beijo.
isa.

An disse...

Definitivamente, Meu Poeta, assim mostras tua alma, em jardim-verso quente.
Cantou o sangue em voz de mar, as palavras em forte corrente.
Saiba, Poeta, que no fundo da magia sofro contigo aos pedaços da luz do luar.
E não temos caminhos... Talvez não ter caminhos é tê-los concluídos. Talvez não ter caminhos é tê-los concluídos. A repetição da frase é proposital , porque me conforta e eu preciso de conforto. De tortos caminhos sabemos nós.

Neneca Barbosa - Um ser humano em evolução! disse...

Querido amigo,obrigada por estar sempre proporcionando belos versos.
Mergulho fundo neles para beber da essência.
Parabéns!
Um beijo, Neneca.