sábado, 6 de dezembro de 2008

DESCOMPASSO



DESCOMPASSO
Oswaldo Antônio Begiato

Haveremos de viver como se nada tivesse acontecido;
Parados, não andamos,
Andando, não chegamos,
Chegando, nada fizemos.

Haveremos de viver como se nada tivéssemos causado,
Diremos que o que os olhos não vêem
O coração não sente.
Que não roubamos,
Mas não fizemos
Que não amamos,
Mas jantamos fora
Que não construímos,
Mas fomos concretos.

Nada haverá em nossos caminhos:
Nem espinhos,
Nem tumores,
Nem rumores de amores,
Nem beijos estúpidos,
Nenhuma estrela com nosso nome,
Nenhum filho com nosso sobrenome.

E quando se avizinhar a hora de colher a última pétala da margarida, seremos mal quistos.

Compreenderemos então
o quanto menos triste é a solidão
do que a companhia de um sapo
que jamais se tornará príncipe.

Um comentário:

Anônimo disse...

Oswaldo,poema lindo krido poeta,kda dia admiro mais vc,gosto mto d ler teus poemas agora passo por aqui sempre para ler e reler essas maravilhas q vc escreve...
soh tua fã ..bjinhos no core...