segunda-feira, 30 de julho de 2012

FANTOCHE

FANTOCHE
Oswaldo Antônio Begiato

Levai,
ó vento, levai
as folhas secas
de lá pra cá,
de cá pra lá,
assim como
o tempo leva,
as horas inúteis,
de cá pra lá,
de lá pra cá,
incansavelmente.

Levai,
ó tempo, levai
meu viver fatigado
para outras garras,
por outros amores,
assim como
o vento leva
o pó de minha carne
para outras terras,
por outros mares,
irremediavelmente.

Levai,
ó vento, levai,
pelos cordéis do tempo,
os movimentos desajeitados
de meu corpo já exaurido pela dor
para bem longe dos olhos
de minha gente;
para bem longe da história.

Levai, ó vento, levai.
Levai, ó tempo, levai.



3 comentários:

Anônimo disse...

Meu querido Amigo,antes de tudo o mais...penso que a Marina emprestou uma lufada de cor neste lindo blog!
Sorri e gostei,pq pensei logo nesse pequenino Ser.
Agora,o Poema.
Há nele o ritmo da passagem do Tempo,
a batida um tanto desalentada,de vivências que nos marcam,nesta Caminhada!
Belo? Sim.
Beijo.
isa.

Marluce Aires disse...

Cada poema que fazes é uma história que contas; de algo existente ou algo fictício, quem sabe, até pode ser um sonho. Só sei que tudo qe fazes é muito belo. Boa noite Begiato

Maria Helena Mueller - Lelê disse...

Lindo Poema Querido Poeta!
Gosto do vento... peço que ele faça dançar as folhas e o tempo, mas que você continue pertinho (mesmo virtualmente) de quem tanto te admira!
Bjs com carinho, Lelê.