terça-feira, 12 de abril de 2011

INGLÓRIA


INGLÓRIA
Oswaldo Antônio Begiato

Quando eu me encontro comigo mesmo
Dentro de minha consciência,
Acontece ali um duelo de vida e morte
Entre minha alma boa e meus ímpetos ruins,
Onde não há vencedor, apenas extenuado.

Preciso criar coragem e perder o escrúpulo.
Aprender a lutar comigo mesmo buscando a paz
Escondida no equilíbrio do bem e do mal,
Como se eu fosse dois usando a mesma armadura.

Há males que vêm para o bem; a derrota.
E há bens que vêm para o mal; a vitória.
Até aonde vencer uma batalha é coisa boa?

O sol hoje vai nascer às seis e trinta e três
E se pôr às dezoito e trinta e seis.

Recolherá pela manhã com seus braços de calor
O orvalho que a noite deixou esgotado sobre as folhagens,
E ao se pôr à tardinha devolverá à noite
O orvalho, agora purificado, forte e apaixonado
Para se cumprir mais uma rotina:
- Amar com seu frescor a noite que se encherá de estúrdia.

Quem sabe eu me encontrarei na busca inglória do aprumo!
Tenho desde o nascer até o pôr do sol para descobrir meu eixo.

É dessas coisas que meus dias são extraídos. Santamente extraídos.

3 comentários:

Anônimo disse...

E nessa procura quase insana acaba
por vencer,embora exausto,o lado de menino forte, audacioso,que mora,sem vc saber,no fundo do seu coração.
Meu querido Poeta,meu querido Amigo.
que belo reflectir?!
Beijo.
isa.

Martha Helena disse...

POESIAS: INGLÓRIA


UAU! como sempre arrasou!

Me diz? existe coisa mais linda e verdadeira?


"Tenho desde o nascer até o pôr do sol para descobrir meu eixo."


inenarrável!


http://marthahelenaperdaseganhos.blogspot.com/

Vania Viana disse...

Os paradoxos humanos... sempre nos defrontando com vazios e incognitos. Vezes os respondemos, outras... é melhor deixar adiante!

Um abraço,

vania Viana