sábado, 16 de outubro de 2010

SONETINHO BESTA


SONETINHO BESTA
Oswaldo Antônio Begiato

Correndo, vim aqui lhe mostrar encabulado,
Um sonetinho besta que fiz para você, às pressas,
Com palavras que encontrei, ontem à noite,
Presas por um fio na saudade que me exauria.

Fí-lo por ouvir seu canto no canto escuro do palco,
Por ver o brilho de seus olhos iluminando tudo,
Sem que me visse. Sei que anda zangada
Com o ciúme enlouquecido que sinto de sua voz.

Mas vim mesmo porque queria que soubesse
Que ando seduzido pelo seu canto de cigarra
Dando alívio às minhas noites solitárias de boemia;

E que quero ser, eternamente grato por sê-lo,
A formiga que sustenta com alegria pródiga
As suas fantasias de menina fugaz e volúvel.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que regalo!
Que cadência descobri no seu soneto,
meu Poeta e Amigo do coração!
Sabe,fez-me lembrar,ñ na forma pq ele ñ escreveu soneto,mas na arte de trabalhar a palavra,no tom eu/tu,
Almeida Garrett.
É verdade.
Lindíssimo!
Beijoo.
isa.