terça-feira, 16 de março de 2010

CASO RARO


CASO RARO
Oswaldo Antônio Begiato

Somos um caso raro:
- Somos gomos de um ovo,
Ano novo sem fogo no rabo.

E essa rosa?
E essa roda?
E essa moda?

E o tal cravo?
E o tal trato?
E o tal prazo?
Onde está o vaso?

Sente a aorta?
E a corda?
E a porta?
E a orla?

Só as ondas nos levam.
As estrelas do mar nos desejam.
- Arrebentação!

Somos marítimos:
- Mar de ritmos,
Martírio mútuo.
- Tumulto!

E esse sol?
E esse chão?

Vêm eles
Do mesmo lugar?
Do mesmo luar?

Chão árido sem ritmo.

Mas saiba
Que toda vez
Que, com altivez,
Me arrancas de mim
(erva tenra que sou da terra)
Volto rente,
Volto diferente:

- Mais doído,
Mais doido,
Mais moído,
Mais caolho.

Réstia de alho.
Réstia de sol.
Restos de volta:
- Revolta!

E aí vejo
Tudo sem ângulo,
Engulo teu ego,
Viro por dentro
Carnaval de teu ritmo,
Mar de teu chamar,
Martírio,
Lírio... Lírio!

- Viro lírio viril. Delírio!

4 comentários:

Anônimo disse...

Verso com um ritmo de ânsia,de desejo puro,de pergunta,sem dar tempo a resposta!
Verso curto,qual dança,cheio de musicalidade.
Belíssimo,meu Amigo Poeta!
Poeta das flores,do Amor,da Vida.
Beijo.
isa.

Anônimo disse...

Delírio é ler tua poesia Oswaldo. Muito linda.

Maria Rodrigues disse...

Hoje ao navegar na net, tive a agradável surpresa de encontrar o seu blog, adorei os seus poemas, e sendo hoje o dia Mundial da Poesia, queria desejar-lhe um dia radioso.

bom domingo
bjs
Maria

Unknown disse...

Saudades de voce Poetaaaaaaaaa

Agradecendo o carinho da sua visita.
Te desejo uma semana de feliz e iluminada.

Beijos M@ria