sábado, 25 de abril de 2009

AMOR SEM SENTIDO


AMOR SEM SENTIDO
Oswaldo Antônio Begiato

Tu me pedes que eu seja.

Me tomo pelas minhas mãos,
Já cansadas de tantas conduções,
Vou lá e me transformo,
Com o corpo em carne viva,
No que de mais belo posso ser.
Depois, sem mais nem menos, queres que eu deixe de ser
Todos os caminhos que abri.
E lá vou eu, sem eira nem beira, povoar ruas escuras.
- Jogo fora todas as minhas valiosas experiências.

Tu me pedes que eu tenha.

Andarilho sem bens nem heranças,
Deixo as ruas por onde existo,
Vou lá e me empenho,
Com os nervos à flor da pele,
Para ter o que de mais caro posso ter.
Aí me pedes que eu me livre
De todos os sorrisos que inventei.
E lá vou eu, pobre de espírito, buscar o meu tormento.
- No lixo ficam as tantas coisas que tanto me custaram.

Tu me pedes que eu faça,

E eu, feito o Corcunda de Notre Dame,
Apaixonado por uma Esmeralda insensível,
Vou lá e me mutilo,
Das tripas então faço o coração,
E te conquisto o mais belo dos mundos.
Então, descontente e infeliz me mandas desfazer
Todas as plásticas que me serenaram.
E lá vou eu, médico e monstro, suturar todas as feridas.
- Torno-me a cicatriz exata de um amor sem sentido.

Haja paciência!

2 comentários:

~♥~ Fuxicos e Retalhos ~♥~ disse...

.. nessa manhã de domingo encontrei seus textos, poesias e palavras
e eu toda atrevida postei no meu blog...

Já tinha me encantado por ti
agora depois de sua autorização
e pela visita em meu espaço antes
mesmo de eu retornar em agradecimento
ao seu consentimento do texto.

Wado, Muito Obrigada,
com certeza terei
seu blog como leitura diaria....


Sabedoria e fortaleza

abraços

Renata

Aninha disse...

Me emociono toda vz que leio este poema...É grandioso, triste e muito bem escrito! É uma dor tranformada em linhas poéticas de tal maneira que alcança a alma alheia.
Parabéns, meu poeta! Eu nunca esperaria menos de ti.
Carinhos,
Aninha