segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

SÓS


SÓS
Oswaldo Antônio Begiato

Sozinhos por uma noite inteira andamos de mãos juntas.

Queríamos ver estrelas cadentes
No rosto de pessoas contentes
Andando à nossa volta,
Mas os nossos limites eram feitos de desertos
E a noite árida deixou nossas almas trêmulas.

Nada dissemos que pudesse parecer um reinício;
Nossos olhos por nenhum momento se buscaram;
Sequer sentimos o calor de nossos corpos,
Sequer ouvimos o som de nossos passos.

Havia uma imensa distância;
Uma distância que permitia a tudo nos ser estranho.

A luz pálida de um fim de caminho
Fazia-se dissimular no horizonte.
Ali seria o nosso lugar de chegada
E seria o nosso lugar de partida.

Assim foi feito:
Todas as regras foram cumpridas,
Todos os desejos alheios realizados.


E, apesar de tudo,
Nunca houve em minha vida
Ternura tão intensa
Que de tão intensa se fez eterna.

4 comentários:

Alberto Campos disse...

Para aqui me guiam os passos em palavras de reencontro e metafisicos destinos.
Dos teus modos suaves e em paixão paridos me reconheço!
É bom, amigo, repousar no descanço doce da alma que desnudas!

Obrigado

Anônimo disse...

Oswaldo,
admiro mto vc amigo poeta,seus poemas são lindos,de uma sensibilidade muito grande,gosto de ler suas poesias pq elas acalentam à minha alma e aquecem o meu coração. "SÓS" é simplesmente um poema envolvente, esplêndido! Maravilhoso...

Neneca Barbosa - Um ser humano em evolução! disse...

"Sós"! Lindo poema Oswaldo!
Como me deleitei lendo esse caminhar...Levou-me ao um vôo...
Beijos meu amigo!

Maithê disse...

Queríamos ver estrelas cadentes
No rosto de pessoas contentes
Andando à nossa volta...


Que lindo isso poeta.
Simplesmente lindo!!

Parabéns