quinta-feira, 20 de novembro de 2008

TELHA

TELHA
Oswaldo Antônio Begiato

Será que serei eu uma telha velha e vermelha
Dessas que fazem o telhado leve desse rancho?
Serei eu uma desgovernada e boba centelha
De um Dom Quixote que se perdeu de Sancho?

Serei eu uma gota de mel que se fez abelha
Nas cores de um arco-íris que se fez beija-flor?
Serei eu o cinza sombrio que o mar espelha,
Da tempestade que procura em vão o amor?

Sou, antes, o azul que diante do mar se ajoelha
E com a candura entardecida, me desmancho,
Depositando nele, insano, a minha imensa dor,
Como um ouriço que cobiça a lã da ovelha.

Um comentário:

ana wagner disse...

Que poema encantador e perfeito W!
Vc esconde o jogo mas entende tudo de formação de poemas e tal rs Mas o mais importante é o talento que sempre transparece em qualquer obra sua. Parabéns Espantalhinho de Santa Clara! Beijos da Aninha!