terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

ENGODO


ENGODO
Oswaldo Antônio Begiato

Por aqui, na minha pequenina vila,
enganamos a morte assim:
Reunimos-nos no bar
todos os dias ás onze horas da manhã,
ali ficamos tomando uísque
e rindo.

Nessa hora a morte passa caçando.
Vem com a foice afiada e os olhos esbugalhados.
Ela olha pra dentro do boteco
e quando vê a gente bebendo e rindo
pensa assim:

- Esses aí, estão rindo e bebendo,
não devem ter doença alguma.

Deixa-nos e vai embora caçar em outro mato.

4 comentários:

A Wild Garden disse...

Alguns enganam a tristeza bebendo, outros comendo demais, outros falando da vida dos outros, e na verdade são vários engodos. Parabéns pelo belo poema!

Neneca Barbosa - Um ser humano em evolução! disse...

Olá querido poeta!
Será que podemos fugir da morte com engodo? Interessante e reflexivo seu poema. Um abraço amigo! Neneca

Milene Sarquissiano disse...

Incrível o humor que consegues colocar em temas tão sombrios,como o da morte.Se músico eu fosse gravaria esse sambinha genial.

beijossssssss

Marluce Aires disse...

É verdade amigo, as vezes pensamos que a enganamos, mas, o melhor é que a enganamos mesmo! És muito engraçado no que escreves, pois até a morte, enganas! A verdade é que és um grande poeta. Boa noite, Begiato. Obrigado pela honrosa visita.