quarta-feira, 18 de março de 2009

SERENIDADE


SERENIDADE
Oswaldo Antônio Begiato

As tormentas, que em alto-mar
Deixam meu barco à deriva,
Me fazem aumentar, a duras penas,
O alcance de minha vista
E a nitidez de meus horizontes;
A paciência de meus tímpanos
E a escassez de minhas palavras;
A delicadeza de minhas mãos
E a vastidão de meus gestos;
O cuidado com meus passos
E a anchura de meus caminhos;
As loucuras de meu coração
E a serenidade de meu juízo.

Sobretudo aumento nesse mar,
Nas estreitezas de meu navegar,
A mansidão de minha alma
E a percepção de mim mesmo.

Um comentário:

Silvia Kerner disse...

Sereno, é assim que procuramos estar na bagunça do nosso próprio EU. Muito linda!!
Amado, vc é d+++!!!
Bjs