sexta-feira, 27 de março de 2009

OS OLHOS VIVOS DELA


OS OLHOS VIVOS DELA
Oswaldo Antônio Begiato

Ela amava aquele homem
Intensamente.

Passou a vida inteira
Sem nada dizer a ele
Nem a ninguém.

A vida inteira
Lavou sua roupa,
Alvejou,
Engomou,
Passou...
... e cuidou do vinco
e do vínculo.

A vida inteira
Preparou sua comida,
Escolheu,
Temperou,
Cozinhou...
...e conservou a louça
e os laços.

A vida inteira
Cortou suas unhas,
Limpou,
Lixou,
Beijou...
... e as recolheu nas entranhas,
às vezes estranhas.

A vida inteira
Amou aquele homem
Sem nada dizer a ele
Nem a ninguém.

Contudo,
manteve,
a vida inteira,
os olhos vivos
onde se podia ler
a mais bela
declaração de amor.

E quando ele morreu,
de velho,
Ela morreu em seguida,
de saudades.

Ainda tinha os olhos vivos.

4 comentários:

O_ENVIADO disse...

Deixo-te o meu sopro...

Alberto Campos disse...

Porra Oswaldo!!!! Â espantosa realidade da vida que se nos passa ao lado. As tuas palavras que nos tocam de simples que são. Poeta do quotidiano, da realidade, do sonho

Carmem disse...

Oswaldo qnta verdade nesses versos teus,vc tem o grande poder de nos fazer sonhar,voar,ver q mesmo na dura realidade da vida sempre podemos sonhar..O q seria da vida sem uma linda poesia..
Adoro teus poemas..Q vc sempre brinde teus amigos e fãs com teus belos poemas...bjinhossssss

Milene Sarquissiano disse...

Essa poesia,pra mim,é a mais bonita de todas.
Talvez porque me toque profunda e doidamente.
Eu choro quando a leio.Sempre.
Coisa linda...coisa linda...

bjos,querido

Milene