
OLHOS OPALINOS
Oswaldo Antônio Begiato
Pudesse eu
nesta minha vida
de dúvidas desmedidas
voltar às certezas singelas
de minhas primeiras convicções!
Crer no Natal
com olhos de pedras preciosas
e no Ano Novo
com olhos de eternidade.
Ver o futuro
com olhos de castelo de areia
e o presente
com olhos de infinidade.
Viver a realidade
com olhos de duendes
e os desenganos
com olhos de perenidade.
Pudesse eu
ir buscar no meu abandonado caminho
todos os olhos que perdi
e com eles todos em contemplação
redesenhar delicadezas,
reinventar gestos,
redescobrir gratidões
e prescrever serenidades!
Pudesse eu
ter todas as minhas feridas
curadas pelo beijo
de minha mãe!
Porém
estou na idade de olhos opalinos:
- eles não enxergam
além de um presente amorfo.
Estou na idade
em que beijos
não curam;
beijos ferem.
4 comentários:
"Pudesse eu
ir buscar no meu abandonado caminho
todos os olhos que perdi
e com eles todos em contemplação
redesenhar delicadezas,
reinventar gestos,
redescobrir gratidões
e prescrever serenidades" Que lindo isso W! Lindo demais!Acho que alguns de nós sempre pensamos isso. Parabéns! Você sabe que tem o DOM! Beijos e carinhos.
Ah, meu Caro Amigo (deixe que o trate assim !!)
Obrigado pelo seu elogio. Há horas e fora d'oras !!
Adorei seu poema,parabéns por este e por todos !!
Mas olha que há beijos que curam!!Mesmo na nossa idade !!Então não há? há, há!
Antonio Miguel
Http://cosmovisao13.blogspot.com/
Sempre belíssimos seus poemas e fazem de mim uma fã incondicional..bjos poeta
Regina
"Estou na idade
em que beijos
não curam;
beijos ferem."
Penso há beijos que ferem e há beijos que curam.
Já me beijaram e me feriram..
estou á espera de um que me cure.
Lindo o teu poema!Intenso!
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