
QUE ESPERANÇA!
Oswaldo Antônio Begiato
Todo dia pela manhã,
arcada pelos pedágios do tempo,
Dona Alzira pega sua vassoura
e silenciosamente põe-se a varrer.
Varre o quintal,
varre a calçada,
varre a sarjeta,
varre a praça...
como quem varre os sonhos ruins que teve à noite.
Depois entra em casa, com passos de relógio,
e ninguém mais vê Dona Alzira.
Dizem que fica arquitetando sonhos bons
na esperança de sonhá-los à noite.