ENGODO
Oswaldo Antônio Begiato
Por aqui, na minha pequenina vila,
enganamos a morte assim:
Reunimos-nos no bar
todos os dias ás onze horas da manhã,
ali ficamos tomando uísque
e rindo.
Nessa hora a morte passa caçando.
Vem com a foice afiada e os olhos esbugalhados.
Ela olha pra dentro do boteco
e quando vê a gente bebendo e rindo
pensa assim:
- Esses aí, estão rindo e bebendo,
não devem ter doença alguma.
Deixa-nos e vai embora caçar em outro mato.
4 comentários:
Alguns enganam a tristeza bebendo, outros comendo demais, outros falando da vida dos outros, e na verdade são vários engodos. Parabéns pelo belo poema!
Olá querido poeta!
Será que podemos fugir da morte com engodo? Interessante e reflexivo seu poema. Um abraço amigo! Neneca
Incrível o humor que consegues colocar em temas tão sombrios,como o da morte.Se músico eu fosse gravaria esse sambinha genial.
beijossssssss
É verdade amigo, as vezes pensamos que a enganamos, mas, o melhor é que a enganamos mesmo! És muito engraçado no que escreves, pois até a morte, enganas! A verdade é que és um grande poeta. Boa noite, Begiato. Obrigado pela honrosa visita.
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