FARINHA DO MESMO SACO
Oswaldo Antônio Begiato
Somos
Uvas do mesmo vinho,
Folhas do mesmo outono,
Geadas do mesmo inverno,
Pétalas do mesmo buquê.
Somos
Curvas da mesma história,
Quinas da mesma sorte,
Sinos da mesma catedral,
Contas do mesmo rosário.
Somos
Trilhos do mesmo descaminho,
Dúvidas da mesma verdade,
Inversos do mesmo espelho,
Mistérios da mesma esfinge.
Somos
Pinceladas da mesma tela,
Paisagens da mesma vidraça,
Luzes do mesmo olhar,
Estrelas da mesma farda.
Somos
Asas da mesma estratosfera,
Pérolas do mesmo oceano,
Lágrimas do mesmo lustre,
Gotas do mesmo temporal.
Somos
Cordas do mesmo violino,
Claves da mesma pauta,
Notas da mesma tristeza,
Canções do mesmo Universo.
Somos
Plurais do mesmo amor singular,
Pluriformes na mesma vastidão;
Dois corpos e uma única substância.
Somos um só e que se dane o destino.
2 comentários:
Quanta verdade neste belo desabafo poético!
E,meu querido Poeta,meu Amigo,que se dane o mundo!
Beijo.
isa.
AMEI!!!
Beijos com carinho de sua fã e admiradora, Lelê.
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